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KALKWASSER (HIDRÓXIDO DE CALCIO)

Kalkwasser é uma palavra alemã que significa “agua de cal” ; kalkwasser é o nome comercial do Hidroxido de Calcio ,  Ca (OH)2 .

Em pó, misturado à  agua doce filtrada em reverse osmosi e/ou deionizador produzirá uma agua rica em ions de calcio e ions hidróxido, altamente alcalina com Ph ao redor de 13.  Por ele ter uma  baixa solubilidade ( 1,26 gramas por litro de agua a 20ºC )  pouca quantidade de ions calcio é adicionado ao aquario , tambem deve ser preparado em pequenas quantidades sómente para uso diario  pois em contato com a atmosfera reage com o CO2, precipitando-se  e formando carbonato de calcio,  sem utilidade.

Utiliza-se kalkwasser principalmente para combater a queda do Ph a noite  devido a emissão de CO2 pela reversão do processo de fotossintese e tambem pelo CO2 do reator de calcio; em ambos os casos a reação do CO2 com a agua produz acido carbonico que pode ser neutralizado pelos ions hidróxido do kalkwasser antes da reserva alcalina ( carbonatos e bicarbonatos ) dissociarem para preservar o Ph, neste caso a RA é poupada. O Ph normal do aquario durante o dia deve ficar entre 8.2 e 8.4 mas a noite normalmente ele tende a cair até 7.8 , tipico em aquarios marinhos.

A sua preparação é simples: misture 1 colher de sopa de kalkwasser em 5 litros de agua doce, agite bastante , tampe e deixe descançar por meia hora, despreze o pó que ficou no fundo do reservatório e a solução fresca estará pronta para uso;  o metodo de gotejamento evita subidas bruscas do Ph.

Vantagens : estabilidade do Ph, precipita ions de fosfato livre na agua, encoraja o aparecimento de algas calcareas pink , baixo custo, preserva a reserva alcalina.

Desvantagens: baixa solubilidade, adiciona pouco ions de calcio no aquario, perigoso  devido alto Ph, se usado com equipamento automatico deve ser de ótima qualidade  caso contrario falhas poderá provocar desastre.

Se possivel faça uso do kalkwasser pois de qualquer forma o aquarista precisará repor constantemente a agua evaporada, melhor aproveitar a oportunidade e substituir a agua doce pura pela solução de kalkwasser.

 

Bom aquarismo!

Metodo Balling p/ controle de Ca, Mg e RA

 Para aqueles aquaristas que não possuem reator de calcio ou optaram  por retirar o reator do  sistema evitando  assim a injeção de Co2 na agua e  formação de acido carbonico com  constante queda de PH, o controle dos parametros quimicos da agua atraves da adição de Cloreto de calcio para Ca, Cloreto de magnesio para Mg e Bicarbonato de sodio para a RA usando o metodo de Hans Balling atende perfeitamente as exigencias de um aquario.                                                                          

– Cloreto de Calcio (CaCl2)                                  75 g/ litro                             

– Cloreto de Magnesio ( MgCl2)                      100 g/ litro  

– Bicarbonato de sodio (NaHCo3)                   75 g/ litro  

Como proceder:

1- Diluir os produtos em agua de reversi osmosi ou deionizador

2- Fazer os testes na agua do aquario para determinar os niveis de calcio, magnesio e reserva alcalina e anotar os dados. 

3- A quantidade de cada solução  irá variar de aquario para aquario pois um tanque só de sps consome mais do que um só de softs ou lps por isso cada aquarista precisa identificar o consumo no decorrer de alguns dias ou semanas para calibrar a quantidade diaria; recomendo iniciar com 20ml de cada solução, é melhor assim do que super dosar e aumentar conforme necessário ; lembre-se calcio deve ser ao redor de 420mg/l, magnesio ao redor de 1300mg/l e reserva alcalina entre 8 e 9 dKH 

4- A quantidade de solução de cloreto de calcio e bicarbonato de sódio necessariamente precisam ser iguais devido ao balanço quimico entre calcio e reserva alcalina, já o cloreto de magnesio pode ser em quantidade diferente  mas não muito até atingir 1300mg/l,  leva mais de mes para sair por ex. de 900mg/l até 1300mg/l; não queira corrigir o magnesio em poucos dias pois os animais vão sentir a brusca mudança no ambiente, em aquarismo tudo que for feito devagar é melhor.

5- Dê um espaçamento de pelo menos 1 hr entre uma solução e outra,  pode ser a qualquer hora do dia ou da noite, estes produtos não alteram o Ph.

6- Vc pode preparar as soluções desde poucos ml até 20 litros e estocar pois elas não se alteram quando guardadas por dias ou semanas. 

7- Este metodo provoca um desbalanço nos cloretos da agua do aquario mas é facilmente corrigido com as TPA´s semanais ou quinzenais.

8_ Tambem a adição destes sais aumenta a densidade da agua, então nas TPA´s prepare a agua com a densidade um pouco só mais baixa para compensar. Use sempre um refractometro para medir a densidade, nada tem a precisão que ele proporciona. 

Vantagens (+) e Desvantagens (-)    do metodo:


– Manutenção de niveis de calcio e reserva alcalina bem acima da capacidade de um reator de calcio, sem adição de Co2  (+)

– Dosagem manual ou automatica ( diaria) por gotejamento em intervalos de pelo menos 1 hr entre eles.  (manual (- ) autom. (+) 

– investimento em automação: aprox. U$500 )         (-)

– pode ser estocado por longo tempo sem deteriorização                                                                           (+)

– custo dos cloretos X midia para o  reator                   (+)     

– Evita investimento em reator de                                    (+)

– Evita necess. de dosar kalkwasser                                  (+)  

– Evita investir em reator de kalkwasser                        (+)

– Requer  testes semanais                                                      (-)          

NOTAS:
– Só comprar produtos para uso em laboratorio ( PA ) ; não use cloretos de uso industrial , são mais baratos mas impuros.

– Não misturar na agua de reposição.

– Dosar direto no sump 

 

Até a próxima!

 
Links:
http://www.reefcentral.com/forums/showthread.php?s=&threadid=861980     
http://cashh.de/?page_id=56

Fosfato (PO4) – o veneno do aquario!

Todo fosfato armazenado no aquário vem de fonte externa sendo a principal delas a alimentação de peixes e corais seguida de outras que serão discutidas mais prá frente.

O fosfato é parte integrante e vital no nosso planeta então não temos como fugir dêle, acontece que em aquários êle é ACUMULATIVO e por conta disso quanto mais materia orgânica o tanque receber diáriamente mais fosfato terá sido acumulado.

Quase a sua totalidade ( fosfato é medido em mg/litro ) fica blindado nos materiais calcareos, principalmente substrato e rochas.

Paralelamente ao ciclo do nitrogênio acontece o ciclo do fósforo , ambos via decomposição da matéria orgânica ; dêste segundo, o componente mais importante é o fosfato ( PO4 ) que possui ions negativos e por isso fortemente atraido pelos ions positivos do calcio, bicarbonato e carbonato de calcio e magnésio ,tanto na forma livre na agua quanto integrado ao material calcareo.

Com o passar dos tempos nosso aquario vai se tornando um grande depósito de fosfato blindado os quais os testes de fosfato não conseguem detectar pois os mesmos só medem o fosfato livre na coluna dágua.

Assim como nos oceanos nossos aquarios deveriam ter no máximo 0,03 mg/litro de fosfato livre na agua mas já li na web que o fosfato blindado dependendo do tamanho do aquario, carga de peixes e corais e quantidade diaria de alimentação pode chegar até a 500 mg/l !!!!!!! o fosfato é o verdadeiro crash do sistema.

O mecanismo que dispara a liberação do fosfato blindado é a reserva alcalina. Sempre que ocorrer a queda do Ph haverá a produção de acido carbonico ( vide artigo anterior ) que por sua vez gerará a dissociação dos carbonatos e bicarbonatos e junto nesta dissociação o fosfato blindado aos carbonatos será liberado na coluna dágua, o que antes era inerte agora virou veneno.

Nêste ponto em que o fosfato passa a ficar livre na agua, como já disse,  não deve apresentar valores superiores a 0,03 mg/l pois inibe a calcificação dos corais duros ( sps e lps ) , suas cores são afetadas assim como as algas filamentosas passam a ter um excelente adubo para o seu crescimento e levando a loucura o pobre aquarista.

MEDIDAS PARA CONTER O ACUMULO/LIBERAÇÃO DE FOSFATO:

1º ) Evitar a produção de ácido carbonico: sempre que a reserva alcalina precisar dissociar-se para neutralizar o ácido carbonico será liberado  fosfato antes blindado nos carbonatos.

– No caso de quem usa reator de calcio a melhor forma é adicionar hidróxido de calcio (kalkwasser) via reator de Nielsen ou manualmente, por gotejamento , assim o Ph ficará estável principalmente a noite. Os europeus usam muito este recurso para evitar a queda do Ph.

– O método Balling ( adição de cloretos de calcio e magnesio e bicarbonato de sódio ) substitui o reator de calcio e elimina a injeção constante de CO2 na agua, o Ph é muito mais estável sem a produção de ácido carbonico e mantendo o fosfato blindado,  inerte.

2º ) Reduzir ou eliminar o substrato: qualquer tipo de substrato calcareo utilizado em reefs irá blindar fosfato; quanto maior for a sua quantidade maior será o deposito de fosfato!

– Bare Bottom :- a montagem de aquarios sem nenhum substrato reduz significativamente o acumulo de fosfato pois o mesmo ficará livre na agua e poderá ser removido por resinas ou pelo metodo vodka.

As rochas vivas e/ou artificiais mantém areas suficientes para a fixação da biota ( bacterias ) que garantem a decomposição da materia organica; sómente em aquarios recém montados que o tempo de ciclagem demorará um pouco mais, ao redor de 6 meses ( minha experiência pratica ).

3º ) Carvão ativado: além de ser normalmente lavado para a retirada de impurezas do proprio carvão o mesmo deveria ser deixado em descanço ( quanto mais tempo melhor ) em agua de reverse osmosi para a liberação do fosfato que nêste caso não está blindado ; este procedimento reduz em muito a carga de fosfato, faça isso mesmo com aquelas marcas que indicam “phosphate free”.

4º ) Halimeda no substrato: êste material já vem carregado com fosfato devido a sua natureza ( origem marinha ) e por ser um dos materiais mais baratos para substrato é muito usado pelos aquaristas entretanto do ponto de vista técnico é o pior pois pela sua estrutura 100% calcarea e organica é de fácil diluição com a queda do Ph e funcionará como uma verdadeira “bomba” de fosfato dentro do tanque.

6º ) Alimentos liquidos suplementares: evite o uso em excesso pois estes produtos contém fosfato, por curiosidade, vide Bula.

7º ) Agua doce de reposição e Agua para Tpa´s: Usar sómente agua de reverse osmosi e/ou deionizador. Isto é uma máxima dentro no nosso hobby!

A saber; Método Vodka:

A adição de moleculas de carbono presente na Vodka induz a um incremento rápido da biota ( bacterias ) na coluna dágua; estas bacterias consomem todo o fosfato e nitrato livre na agua mas como estas bacterias tem um curto periodo de vida, o aquario precisa ter um potente skimmer para rapidamente eliminar esta matéria organica adicional bem como manterá a agua rica em oxigenio ( até 7 mg/l no máx. ). Este metodo exige disciplina, é manual e diario mas mantem os niveis de fosfato e nitrato próximo a zero ; se usado em conjunto com o método Balling ( minha experiência pratica ) reduz significativamente a liberação de fosfato blindado e aumenta a vida util do tanque (crash!).

Bem tratei aqui dos principais assuntos envolvendo fosfato mas certamente existem mais colocações como por ex. a equipe de limpeza ( paguros, snails, etc ) que se alimentando principalmente de algas estará ajudando a exportar materia organica com fosfato via skimmer e outras mais creio que de menor importancia.

Por fim um lembrete, nem sempre só o fosfato é responsavel pelo aparecimento de algas filamentosas porque  pode ainda ser combinado com uma forte iluminação ou iluminação com 6500ºK que é rica no espectro laranja e vermelho ( o oposto da banda de UV ) e favorável ao crescimento de plantas, combinado tambem com elementos traços como Ferro, Iodo e Molibdenio e o proprio CO2 do reator de calcio.  

Até mais,

Equilibrio quimico na agua do mar – sistema tampão

Olá pessoal,

Resolvi criar este Blog para que eu possa dividir com vc tôda a minha experiência de 28 anos com aquarios marinhos.

Reef Simples é a minha filosofia , quebrei muito a cara para acertar, gastei muito dinheiro em produtos que não funcionavam , no nosso país o aquarismo ainda está gatinhando, totalmente dependente das importações, custos expressivos na montagem e manutenção, altas taxas de desistência, falta de conhecimento técnico e clubes de aquarismo; cada um vai por si, mesmo com um grande site como a Reef Corner (www.reefcorner.org) ainda prevalesce o quebra galho e como resultado o nosso hobby não evolui. 

Hoje em dia vejo claramente que a falta de conhecimento da parte quimica da agua marinha,  leva os aquaristas a adotar sistemas de filtragem ineficazes , explosão de algas filamentosas, muito $$$$ jogado fora e por fim quase sempre a desmontagem e abandono do hobby; muitos aquaristas deixaram de manter “sps” porque já nas primeiras dificuldades o desastre  é paupável, o cara muda para corais “Lps ou Softs”  porque é mais fácil mas com o passar do tempo vem as algas filamentosas e deixa o aquarista de cabelo em pé, lá se vai mais $$$$$ via infindáveis Tpas, resinas removedoras, troca de lampadas, de skkimer, etc etc…… nada funciona  e o cara desiste!

O básico em aquarismo marinho não é conhecer os tipos de iluminação, movimentação da agua, filtragem, bombas inteligentes e substratos  mas sim a AGUA, como o ar é para nós, sem entender o balanço quimico da agua marinha  tudo lá prá frente torná-se-a mais dificil.

Então vou começar pelo EQUILIBRIO QUIMICO NA AGUA DO MAR – SISTEMA TAMPÃO:

A reserva alcalina é composta por bicarbonato de calcio  e carbonato de calcio.

– Ela é responsável em manter o Ph da agua estável em 8.2, sempre que o Ph desce (acidificação ) ou sobe ( alcalinização ) a reserva alcalina é acionada para restaurar o equilibrio.

– O gás carbônico presente na água marinha acidifica a agua,  formando ácido carbônico (H2CO3) que faz o Ph abaixar contínuamente , mais intensamente a noite, na ausência da fotossíntese quando as zooxantelas assimilam oxigênio e liberam CO2. 

– Em aquarios, o principal causador desta baixa do Ph é o ácido carbônico produzido dentro do reator de cálcio, um equipamento utilizado por mais de 95% dos aquaristas brasileiros para a manutenção do nivel de calcio e reserva alcalina do tanque e como ele utiliza CO2 para  a diluição do material calcareo  normalmente o Ph medido na saída do efluente gira em torno de 6.5 

– O ácido carbônico então produzido não fica livre na água por muito tempo pois liberando ions de hidrogênio ele dissocia-se em bicarbonato de cálcio , por sua vez o bicarbonato de cálcio tambem liberando ions de hidrogênio  dissocia-se em carbonato de calcio. O carbonato de cálcio pode ainda reagir com o CO2 e dissociar-se em cálcio e duas moléculas de bicarbonato e assim através do mecanismo quimico automatico da reserva alcalina o Ph fica sempre estabilizado em 8.2 e todo ácido carbônico foi neutralizado.

– Quando o Ph sobe ( alcalinização ) a reserva alcalina age ao contrário liberando CO2 para a formação de ácido carbônico e neutralização dos hidróxidos. Por esta razão que quando o aquarista utiliza kakwasser (hidróxido de calcio ) é obrigatório utilizar o sistema de gotejamento a noite afim de não alcalinizar demasiadamente rápido a agua do aquario.

Existem duas escalas para medição da reserva alcalina: a escala métrica ( meq./l ) e a escala alemã ( dKH ). Para se converter meq./l em dKH basta multiplicar por 2.8 e vice-versa, dividindo.

Os valores de RA em aquarios normalmente variam entre 2.5 e 3.5 meq./l ( 7 a 10 dKH ).

Aqui no Brasil temos a disposição inumeras marcas de teste de RA, particularmente eu sempre usei da Elos e Tropic Marin pela facilidade e precisão.

 

abs a todos!


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