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Fosfato (PO4) – o veneno do aquario!

Todo fosfato armazenado no aquário vem de fonte externa sendo a principal delas a alimentação de peixes e corais seguida de outras que serão discutidas mais prá frente.

O fosfato é parte integrante e vital no nosso planeta então não temos como fugir dêle, acontece que em aquários êle é ACUMULATIVO e por conta disso quanto mais materia orgânica o tanque receber diáriamente mais fosfato terá sido acumulado.

Quase a sua totalidade ( fosfato é medido em mg/litro ) fica blindado nos materiais calcareos, principalmente substrato e rochas.

Paralelamente ao ciclo do nitrogênio acontece o ciclo do fósforo , ambos via decomposição da matéria orgânica ; dêste segundo, o componente mais importante é o fosfato ( PO4 ) que possui ions negativos e por isso fortemente atraido pelos ions positivos do calcio, bicarbonato e carbonato de calcio e magnésio ,tanto na forma livre na agua quanto integrado ao material calcareo.

Com o passar dos tempos nosso aquario vai se tornando um grande depósito de fosfato blindado os quais os testes de fosfato não conseguem detectar pois os mesmos só medem o fosfato livre na coluna dágua.

Assim como nos oceanos nossos aquarios deveriam ter no máximo 0,03 mg/litro de fosfato livre na agua mas já li na web que o fosfato blindado dependendo do tamanho do aquario, carga de peixes e corais e quantidade diaria de alimentação pode chegar até a 500 mg/l !!!!!!! o fosfato é o verdadeiro crash do sistema.

O mecanismo que dispara a liberação do fosfato blindado é a reserva alcalina. Sempre que ocorrer a queda do Ph haverá a produção de acido carbonico ( vide artigo anterior ) que por sua vez gerará a dissociação dos carbonatos e bicarbonatos e junto nesta dissociação o fosfato blindado aos carbonatos será liberado na coluna dágua, o que antes era inerte agora virou veneno.

Nêste ponto em que o fosfato passa a ficar livre na agua, como já disse,  não deve apresentar valores superiores a 0,03 mg/l pois inibe a calcificação dos corais duros ( sps e lps ) , suas cores são afetadas assim como as algas filamentosas passam a ter um excelente adubo para o seu crescimento e levando a loucura o pobre aquarista.

MEDIDAS PARA CONTER O ACUMULO/LIBERAÇÃO DE FOSFATO:

1º ) Evitar a produção de ácido carbonico: sempre que a reserva alcalina precisar dissociar-se para neutralizar o ácido carbonico será liberado  fosfato antes blindado nos carbonatos.

– No caso de quem usa reator de calcio a melhor forma é adicionar hidróxido de calcio (kalkwasser) via reator de Nielsen ou manualmente, por gotejamento , assim o Ph ficará estável principalmente a noite. Os europeus usam muito este recurso para evitar a queda do Ph.

– O método Balling ( adição de cloretos de calcio e magnesio e bicarbonato de sódio ) substitui o reator de calcio e elimina a injeção constante de CO2 na agua, o Ph é muito mais estável sem a produção de ácido carbonico e mantendo o fosfato blindado,  inerte.

2º ) Reduzir ou eliminar o substrato: qualquer tipo de substrato calcareo utilizado em reefs irá blindar fosfato; quanto maior for a sua quantidade maior será o deposito de fosfato!

– Bare Bottom :- a montagem de aquarios sem nenhum substrato reduz significativamente o acumulo de fosfato pois o mesmo ficará livre na agua e poderá ser removido por resinas ou pelo metodo vodka.

As rochas vivas e/ou artificiais mantém areas suficientes para a fixação da biota ( bacterias ) que garantem a decomposição da materia organica; sómente em aquarios recém montados que o tempo de ciclagem demorará um pouco mais, ao redor de 6 meses ( minha experiência pratica ).

3º ) Carvão ativado: além de ser normalmente lavado para a retirada de impurezas do proprio carvão o mesmo deveria ser deixado em descanço ( quanto mais tempo melhor ) em agua de reverse osmosi para a liberação do fosfato que nêste caso não está blindado ; este procedimento reduz em muito a carga de fosfato, faça isso mesmo com aquelas marcas que indicam “phosphate free”.

4º ) Halimeda no substrato: êste material já vem carregado com fosfato devido a sua natureza ( origem marinha ) e por ser um dos materiais mais baratos para substrato é muito usado pelos aquaristas entretanto do ponto de vista técnico é o pior pois pela sua estrutura 100% calcarea e organica é de fácil diluição com a queda do Ph e funcionará como uma verdadeira “bomba” de fosfato dentro do tanque.

6º ) Alimentos liquidos suplementares: evite o uso em excesso pois estes produtos contém fosfato, por curiosidade, vide Bula.

7º ) Agua doce de reposição e Agua para Tpa´s: Usar sómente agua de reverse osmosi e/ou deionizador. Isto é uma máxima dentro no nosso hobby!

A saber; Método Vodka:

A adição de moleculas de carbono presente na Vodka induz a um incremento rápido da biota ( bacterias ) na coluna dágua; estas bacterias consomem todo o fosfato e nitrato livre na agua mas como estas bacterias tem um curto periodo de vida, o aquario precisa ter um potente skimmer para rapidamente eliminar esta matéria organica adicional bem como manterá a agua rica em oxigenio ( até 7 mg/l no máx. ). Este metodo exige disciplina, é manual e diario mas mantem os niveis de fosfato e nitrato próximo a zero ; se usado em conjunto com o método Balling ( minha experiência pratica ) reduz significativamente a liberação de fosfato blindado e aumenta a vida util do tanque (crash!).

Bem tratei aqui dos principais assuntos envolvendo fosfato mas certamente existem mais colocações como por ex. a equipe de limpeza ( paguros, snails, etc ) que se alimentando principalmente de algas estará ajudando a exportar materia organica com fosfato via skimmer e outras mais creio que de menor importancia.

Por fim um lembrete, nem sempre só o fosfato é responsavel pelo aparecimento de algas filamentosas porque  pode ainda ser combinado com uma forte iluminação ou iluminação com 6500ºK que é rica no espectro laranja e vermelho ( o oposto da banda de UV ) e favorável ao crescimento de plantas, combinado tambem com elementos traços como Ferro, Iodo e Molibdenio e o proprio CO2 do reator de calcio.  

Até mais,


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